A perseguição intensa e a perda de habitat que ocorreu nos séculos XVIII e XIX levaram à extinção da Águia-pesqueira como reprodutora na Inglaterra em 1847. Uma população fragmentada permaneceu na Escócia com a última reprodução registada em 1916. Alguns indivíduos de Águia-pesqueira eram observados durante os movimentos migratórios e em 1954 a recolonização natural da espécie na Escócia começou com indivíduos que se pensa terem origem escandinava.
Os primeiros esforços terão acontecido em 1986 com a instalação dos primeiros ninhos artificiais em Rutland Water. Posteriormente, em 1995, novas plataformas artificiais de nidificação foram construídas, sob orientação de Roy Dennis da Highland Foundation for Wildlife (actualmente Roy Dennis Wildlife Foundation). Em conjunto com o então Administrador da Reserva Natural de Rutland Water, Tim Appleton, surgiu a ideia de translocar indivíduos da população escocesa de Águia-pesqueira para a Reserva, contando com o apoio financeiro da gestora do reservatório, a empresa Anglian Water.
O objectivo principal deste ambicioso projecto era o estabelecimento de uma população reprodutora autossustentável de Águia-pesqueira em Inglaterra.
O local escolhido para levar a cabo o primeiro projecto de recolonização em Inglaterra foi o lago artificial Rutland Water, no centro do país. Neste local deu-se início, em 1996, à translocação e libertação de juvenis provenientes da população escocesa. Entre 1996 e 2001 foram libertados na Reserva Natural de Rutland Water 65 crias de Águia-pesqueira provenientes da Escócia.
Resultados
O projeto atingiu um primeiro objectivo em 2001, quando um macho libertado em 1997, estabeleceu um território com uma fêmea nascida e anilhada na Escócia e criaram com sucesso uma única cria.
Actualmente estão contabilizadas mais de 200 crias de Águia-pesqueira nascidas na área de Rutland Water desde 2001.
Anilhas
Todos os indivíduos nascidos são anilhados com duas anilhas, uma metálica no tarso esquerdo e uma anilha de PVC azul com código com dígitos brancos no tarso direito. Consulte as anilhas inglesas já observadas em Portugal.
